Reportagem e foto retiradas da revista Educar para Crescer- editora Abril.

Boa parte das brincadeiras infantis são um ensaio para a vida adulta. Criança brinca de ser mãe, pai, cozinheiro, motorista, polícia, ladrão (e isso, você sabe, não implica nenhum tipo de propensão ao crime). E, ah, quando não há ninguém por perto, brinca de médico também. É uma forma de viver todas as vidas possíveis antes de fazer uma escolha ou descoberta. Talvez seja por isso que a gente pare de brincar aos poucos - como se tudo isso perdesse o sentido quando viramos adultos de verdade. E tudo agora é para valer. Mas será que parar de brincar é, de fato, uma decisão madura?
Atividades de recreação e lazer estimulam o imaginário e a criatividade, facilitam a socialização e nos ajudam a combater o estresse. Mas, se tudo isso for o objetivo, perde a graça, deixa de ser brincadeira. Vira mais uma atividade produtiva a cumprir na agenda. Você só brinca de verdade (ainda que de mentirinha) pelo prazer de brincar. E só. Como escreveu Rubem Alves, quem brinca não quer chegar a lugar nenhum - já chegou.
Alivia o estresse
Tânia Ramos Fortuna, coordenadora do projeto "Quem Quer Brincar?", da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, acredita que o que causa mais cansaço e estresse no mundo dos adultos não é o excesso de trabalho, mas a falta de diversão.
Se relacionar com o mundo
O adulto que você é hoje pode ter muito mais de condicionamento social que de amadurecimento pessoal - pense sobre isso. A brincadeira é, antes de tudo, uma forma de relação com o mundo.
Melhorar o autoconhecimento
Para Neusa Sá Karlan, mestre em educação e professora da rede municipal de ensino de Porto Alegre, brincadeira é uma forma de conhecer a si mesmo. "É uma investigação leve e espontânea sobre o que faz você feliz.
Estimular a criatividade
É também brincando que se trabalha o imaginário, ao estabelecer uma conexão entre a matéria e o pensamento, a realidade e a imaginação.
Melhorar a saúde
Pesquisas mostram que os pacientes que brincam tendem a aderir melhor ao tratamento e a se recuperar mais rápido", afirma a voluntária Mariana Pianelli.
Aumentar o bom humor
Brincar faz com que levemos as coisas menos a sério, o humor, é herdeiro em primeiro grau da brincadeira.
Preservar a cultura
São os adultos que repassam antigas brincadeiras adiante, como a amarelinha. Se não houver gente grande empenhada em preservar o patrimônio lúdico, ele vai se extinguir.
Facilitar a socialização
Brincadeiras e jogos, principalmente os em grupo, trabalham conceitos como o de equipe, conjunto e sociabilidade
Quando chegamos na vida adulta temos uma rotina corrida e cheia de obrigações. Assumimos uma postura séria por conta das responsabilidades que nos são atribuídas e com essa postura acumulamos estresse, problemas de saúde, mau humor. Essa sobre carga poderia ser aliviada como uma simples forma mais alegre de encarar a vida, dedicando alguns minutinhos do dia atribulado para descontrair com uma brincadeirinha saudável que faz elevar a qualidade de vida. Pense nisso.
Referências Bibliográficas
Texto e imagem disponíveis em